Reúso de Efluentes de lagoa de polimento no cultivo de alface hidropônica (Lactuca Sativa L.) e de plantas de feijão (Phaseolus Vulgaris L.)

Nome: Kamila Perin
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2006

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Regina de Pinho Keller Orientador
Sérvio Túlio Alves Cassini Examinador Interno

Resumo: Buscou-se na presente pesquisa avaliar a qualidade sanitária e a produtividade de alfaces hidropônicas (Lactuca sativa L.), bem como o desenvolvimento de plantas de feijão (Phaseolus vulgaris L.), cultivadas em casa de vegetação com efluentes tratados pelo sistema RAC + lagoa de polimento + pós-tratamento físico-químico. Foram realizados dois cultivos hidropônicos, sendo que o primeiro foi no período de verão e o segundo no inverno. Os tratamentos utilizados foram: solução nutritiva convencional (T1), efluente de pós-tratamento físico-químico (T2), efluente de lagoa de polimento (T3) e efluente de lagoa de polimento diluído 50% (T4). Com relação às análises microbiológicas, os níveis de contaminação encontrados nas alfaces, em ambos os cultivos, foram inferiores ao estabelecidos pela ANVISA, resultando em hortaliças próprias para o consumo. No cultivo de verão, os tratamentos T1 e T2 obtiveram maior produção em relação a T3 e T4, que apresentaram reduzido desenvolvimento radicular e foliar devido a grande quantidade de algas presente no efluente da lagoa nessa época do ano, que agregaram-se nas raízes das alfaces dificultando sua oxigenação. Já no cultivo de inverno, realizado em épocas com temperaturas mais amenas, a concentração de algas na lagoa só influenciou no crescimento das alfaces fertirrigadas com efluente da lagoa de polimento não diluído. Os tratamentos T2 e T4 apresentaram valores de produção semelhantes a T1. Em ambos os cultivos, os teores dos macronutrientes detectados na parte aérea das alfaces assemelham-se aos citados na literatura, para estudos semelhantes, enquanto alguns micronutrientes encontraram-se acima dos teores referenciais, não causando, entretanto, nenhum efeito fitotóxico visível nas plantas. Os feijoeiros foram semeados em vasos e irrigados com os tratamentos: adubação química + irrigação com água (T1), efluente de lagoa de polimento a 25% (T2), efluente de lagoa de polimento a 50% (T3), efluente de lagoa de polimento a 75% (T4) e efluente de lagoa de polimento a 100% (T5). Não houve diferença significativa entre os tratamentos utilizados para a maioria dos caracteres analisados nas plantas de feijão (altura, massa fresca e seca da parte aérea e da raiz e nutrientes), com exceção da concentração de N na parte aérea das plantas, que foi maior nos feijoeiros irrigados com T5. Cultivos hidropônicos de alfaces com efluentes de lagoas de polimento, quando realizados no período de verão, necessitam de um tratamento complementar devido a grande quantidade de sólidos e algas presentes nesse efluente. Nesse sentido, o tratamento físico-químico do efluente da lagoa, por apresentar um bom desempenho na remoção de matéria particulada, é necessário durante o período de verão para promover um crescimento semelhante das plantas cultivadas com esse efluente comparadas às irrigadas com solução nutritiva convencional. Enquanto que os cultivos hidropônicos de alfaces realizados no período de inverno podem ser realizados com efluente diluído 50% produzindo plantas semelhantes àquelas cultivadas com solução nutritiva convencional e com efluente pós-tratamento físico-químico. Com relação aos experimentos com as plantas de feijão, o efluente da lagoa de polimento mostrou-se eficiente em substituir totalmente a água de irrigação. Entretanto, foi parcialmente eficiente no atendimento das necessidades nutricionais mínimas para o completo desenvolvimento dos feijoeiros, sendo necessário, portanto, uma correção na composição dos efluentes.

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